Cores da Natureza
sexta-feira, 20 de março de 2009
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Ter ou não ter namorado..
Ter ou não ter namorado, eis a questão
Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.
Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado que confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.
Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.
Atribuído a Carlos Drummond de Andrade.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Lagos do Mundo
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Crônica do Amor
"Ninguém ama a outra pessoa pelas qualidades que ela tem caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Ninguém ama a outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referências. Ama-se pelo cheiro , pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina o natal e ela detesta o ano novo , nem no ódio vocês combinam. E então?... Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome. Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despacha-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama esse cara?? Não pergunte pra mim você é inteligente.. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Cohen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem o seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de shampoo e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura por que está sem um amor???? Ah, o amor, esta raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: Eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível, honesto existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!!!!!! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é!!!!!”
[ Roberto Freire ]
Felicidade Realista
A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas.
E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez
É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar.
É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente.
A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.
[ Mário Quintana ]
" é verdade que ao amarmos, corremos o risco de não sermos correspondidos; que ao nos entregarmos, corremos o risco de sofrer; que ao arriscarmos, corremos o risco de errar, enfim, que a vida é um risco. Mas os riscos precisam ser corridos, para que possamos, afinal. apostar na alegria, no acerto, na harmonia e na beleza que estão presentes em casa tentativa que fazemos. "
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Boa noticia, má noticia, quem sabe?
Era uma vez um agricultor chinês muito velho. Vivia em suas terras com um filho e um cavalo. Sem eles, nunca teria conseguido administrar sua gleba. Respeitado por todos que viviam à sua volta, era conhecido como um sábio e, quando as pessoas precisavam de ajuda ou conselhos, era a ele que procuravam. Um dia, o cavalo do velho fugiu e não voltou mais. O homem e seu filho procuraram por toda a parte, mas não conseguiam encontra-lo. Ele parecia ter desaparecido da face da terra.
Quando os vizinhos ficaram sabendo do desaparecimento do cavalo, vieram visitar o velho e consola-lo.
- Velho – disseram eles – sentimos muito ao saber que o seu cavalo fugiu. O que o senhor vai fazer? Precisa do cavalo para arar suas terras. Que má noticia!
O velho olhou pra eles e disse:
- Boa noticia, má noticia, quem sabe?
Os vizinhos não souberam o que responder, mas o velho recusou-se a acrescentar qualquer outra coisa, e eles foram embora. Alguns dias depois, ficaram sabendo que o cavalo do velho retornara e trouxera consigo um cavalo selvagem. Agora o velho tinha dois cavalos. Bem, os vizinhos ficaram tão alegres pelo velho que voltaram a sua casa no dia seguinte, dizendo:
- Velho, ficamos muito felizes ao saber da boa noticia. Agora o senhor tem dois cavalos.
O velho olhou para eles e disse:
- Boa noticia, má noticia, quem sabe?
Os vizinhos não souberam o que responder ao velho. Tinham muito respeito por ele, mas não compreendiam por que ele não estava feliz e empolgado com esse golpe inesperado de boa sorte.
No dia seguinte, ficaram sabendo que, ao tentar domar o cavalo selvagem, o filho do velho caíra e quebrara a perna. Os vizinhos foram todos a casa do velho.
- Velho – disseram eles – agora o senhor com certeza vai concordar que isso é má sorte. É de seu filho que estamos falando. Como vai cuidar dele e de suas terras ao mesmo tempo? O senhor depende dele. Essa foi realmente uma péssima noticia.
Mas o velho só olhou pra eles e disse, com sorriso nos lábios:
- Boa noticia, má noticia, quem sabe?
Os vizinhos ficaram frustrados. Não compreendiam o velho. Foram embora para suas casas e logo ficaram sabendo que o exercito chegaria a região no dia seguinte, levando consigo todos os homens aptos para participar de uma guerra terrível. Os pais desses jovens ficaram arrasados. Sabiam que muitos de seus filhos não voltariam. É claro que o exercito não levou o filho do velho, porque ele estava com uma perna quebrada. Os vizinhos ficaram muito felizes por ele e correram novamente a sua casa.
- Velho – disseram eles – o senhor tem que reconhecer que essa é um boa noticia.
Mas o velho olhou para eles e disse:
- Vocês nunca vão aprender? Boa noticia, má noticia, quem sabe?
Retirado do livro IChing para Teens.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
terça-feira, 18 de março de 2008
Planeta Água
Planeta Água
Guilherme Arantes
Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre o profundo grotão
Água que faz inocente riacho e deságua
Na corrente do ribeirão
Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população
Águas que caem das pedras
No véu das cascatas ronco de trovão
E depois dormem tranquilas
No leito dos lagos, no leito dos lagos
Água dos igarapés onde Iara mãe d'água
É misteriosa canção
Água que o sol evapora
pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão
Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes são lágrimas na inundação
Águas que movem moinhos
São as mesmas águas
Que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra, pro fundo da terra
Terra planeta água... terra planeta água
Cores da Natureza
Esse é o significado da palavra fotografia.
Tudo começa no momento em que seguramos uma câmera, tendo a possibilidade de colocar nossos sonhos na captura de uma imagem que eternize um momento de nossas vidas.
Tenho paixão por fotos, e principalmente por fotos de natureza e paisagens. Adoro fotos coloridas, simples ou cheias de detalhes.
Há alguns anos coleciono fotos e sempre que gosto de alguma eu salvo numa pasta.
Hoje, tenho por volta de 700 fotos de pôr-do-sol, mar, praia, cachoeiras, flores, florestas, e cenários incríveis que me trazem paz e inspiração.
Sempre quis publicar essas fotos, mas foi por falta de tempo, ou disposição. Atualizando um blog que tenho sobre meio ambiente e sustentabilidade, tive a idéia de criar outro blog só com essas fotos que tenho guardadas.
Minha dica é colocar uma boa música, permanecer em um ambiente tranquilo e relaxar vendo essas fotos maravilhosas prestando atenção nas sensações que as cores e os detalhes deixam em nós. Outra idéia é salvá-las no computador e deixar rolar num slide.
Sempre que possível vou colocar textos, frases e links de músicas para acompanhar as fotos! :)